Esquema envolvia falsas promessas de pagamentos de precatórios e ocorria em várias regiões do Brasil.
Uma operação conjunta das Polícias Civis de Porto Alegre (RS) e Ribeirão Preto (SP), realizada na manhã desta terça-feira (22), desarticulou uma quadrilha especializada em aplicar o golpe dos falsos precatórios. Ao menos 300 pessoas, em sua maioria idosos, foram vítimas do esquema, que gerou um prejuízo estimado em R$ 1 milhão. Segundo o delegado Juliano Ferreira, responsável pela investigação, os criminosos zombavam das vítimas, referindo-se a elas como "velhinhos" ao planejar os golpes.
"O líder do grupo foi citado por um dos suspeitos ouvidos hoje, afirmando: 'vamos tomar dinheiro dos velhinhos'. As investigações revelaram que o golpe foi aplicado em várias partes do Brasil", disse Ferreira. Durante a operação, 22 mandados de busca e apreensão e cinco de prisão temporária foram cumpridos. Até o momento, duas pessoas foram presas.
O golpe consistia em enganar vítimas que aguardavam o pagamento de precatórios — valores devidos pelo poder público após decisões judiciais —, prometendo agilizar o recebimento mediante o pagamento de falsas taxas ou custas processuais. Usando informações reais sobre os processos das vítimas, os golpistas se passavam por profissionais envolvidos nos trâmites legais. As vítimas, muitas vezes desconfiadas, eram convencidas a fazer transferências via Pix sob a promessa de receberem o valor imediatamente.
"O criminoso desenrolava toda a história e, quando a vítima perguntava se não era golpe, ele oferecia a possibilidade de agendar uma visita ao fórum, dizendo que o processo presencial levaria um ano para ser atendido, mas, via Pix, poderia ser resolvido imediatamente", explicou o delegado.
Além dos golpistas diretos, a operação também mirou pessoas que emprestavam contas bancárias para o esquema. A base da quadrilha estava localizada em Ribeirão Preto, de onde parte das fraudes era organizada.
Os envolvidos responderão por estelionato virtual, organização criminosa e lavagem de dinheiro. As investigações continuam para identificar outros membros da quadrilha e rastrear o destino dos valores obtidos com os crimes.Com informações do G1
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