As águas oceânicas, responsáveis por reter 90% do calor extra gerado pelo aumento dos gases do efeito estufa, estão mais quentes, liberando mais umidade e intensificando as chuvas. Eventos climáticos extremos ao redor do mundo, como inundações, furacões e tempestades, ilustram como os oceanos aquecidos amplificam desastres climáticos. O ano de 2023 foi o mais quente já registrado, e 2024 segue essa tendência.
Como o Aquecimento dos Oceanos Impacta o Clima Global?
Especialistas apontam que o aumento nas concentrações de gases do efeito estufa, como o CO₂, intensifica o aquecimento global. Esse calor é absorvido pelos oceanos e liberado como umidade na atmosfera, o que eleva o volume de chuvas. A cada 1°C de aquecimento, a atmosfera retém 7% mais vapor de água, aumentando o potencial para tempestades e inundações.
Eventos Extremos Recentes e a Influência dos Oceanos Aquecidos
- Enchentes em Valência, Espanha: Em outubro, Valência foi palco de chuvas torrenciais que causaram enchentes. Especialistas associam o fenômeno ao aquecimento do Atlântico e do Mediterrâneo, que alimentaram uma depressão isolada em altos níveis (DANA), gerando um volume de chuva equivalente ao esperado para um ano em poucas horas.
- Chuva no Deserto do Saara: A mesma umidade que afetou a Espanha alcançou o Saara, causando chuvas em uma região desértica, um fenômeno incomum. "Rios voadores" de umidade transportaram o vapor da água do Atlântico até o norte da África.
Furacão Milton nos EUA: O furacão rapidamente ganhou força ao passar pelo Golfo do México, onde as águas estavam 2 a 3 °C acima da média. Isso intensificou os ventos, elevando a tempestade a um furacão de categoria 5.
- Tempestades no Rio Grande do Sul, Brasil: No final de abril, o estado enfrentou fortes chuvas devido à ação de um cavado (corrente de vento) e ao transporte de umidade pelo rio voador, resultando em enchentes devastadoras e mais de 180 mortes.
Consequências e Riscos Futuros
O aumento da temperatura dos oceanos gera mais energia para tempestades e torna o clima mais instável. Além disso, a intensidade dos eventos é cada vez mais difícil de prever, diminuindo o tempo de resposta da população e elevando os riscos para a vida e a segurança.
Medidas Necessárias e O Alerta dos Especialistas
A Organização Meteorológica Mundial (OMM) e outros órgãos alertam para a necessidade urgente de reduzir as emissões de gases do efeito estufa. O Brasil, que está entre os seis maiores emissores globais, também enfrenta esse desafio. A ação imediata e efetiva é essencial para mitigar os impactos de um futuro onde eventos climáticos extremos sejam ainda mais frequentes. Com informações da G1/RS
Comentários: