A Polícia Civil do Rio Grande do Sul investiga a morte de duas irmãs gêmeas, Manoela e Antonia Pereira, de 6 anos, ocorridas em um intervalo de oito dias na cidade de Igrejinha, a 90 km de Porto Alegre. As crianças apresentaram sintomas semelhantes e vieram a óbito em circunstâncias que levantaram suspeitas médicas de intoxicação. Gisele Beatriz Dias, de 42 anos, mãe das meninas, foi presa preventivamente e é a principal suspeita de envenenamento. Ela nega envolvimento no caso, mas a polícia aguarda os resultados do Instituto-Geral de Perícias para confirmar a causa das mortes.
O delegado responsável pelo caso, Cleber Lima, afirmou que há forte convicção de que as mortes tenham sido causadas por envenenamento, possivelmente administrado pela mãe. "Familiares relataram que Gisele vinha enfrentando graves problemas psicológicos após a morte de um filho mais velho, de 22 anos, em 2022, e que ela teve um surto psicótico recentemente", disse o delegado.
Os relatos dos familiares indicam que Gisele, antes considerada uma mãe dedicada, começou a apresentar um comportamento instável após a perda do filho, envolvido com o tráfico de drogas em Santa Maria. Ela chegou a ser internada em uma clínica psiquiátrica devido a um surto psicótico ocorrido cerca de 40 dias antes da morte das gêmeas. Segundo o delegado Cleber Lima, a mãe teria recebido alta médica apenas 10 dias antes dos óbitos e voltou a residir com as filhas e o marido, que não é suspeito de envolvimento nos crimes.
O pai das meninas, de 43 anos, estava fora de casa no momento das ocorrências, segundo a investigação. Ele relatou à polícia que as filhas não apresentavam problemas de saúde antes dos eventos fatais e que, quando os sintomas surgiram, o quadro evoluiu rapidamente. Antonia, que morreu no dia 15 de outubro, foi encontrada em parada cardiorrespiratória com os mesmos sintomas apresentados por sua irmã Manoela, falecida em 7 de outubro.
Os médicos que atenderam as meninas relataram em depoimento a presença de secreção sanguinolenta e outros sinais que sugerem a ingestão de substâncias tóxicas, levantando suspeitas de envenenamento. No entanto, ainda não há laudos conclusivos que indiquem o tipo de substância envolvida. A Polícia Civil aguarda os resultados dos exames toxicológicos realizados pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP) para determinar a causa exata das mortes.
A prisão preventiva de Gisele Beatriz Dias foi decretada na noite de 15 de outubro. A suspeita continua negando ter cometido qualquer crime contra as filhas, afirmando que sempre se dedicou a cuidar das crianças. “Ela declarou em depoimento que sempre fez de tudo para amar e proteger as meninas, mas as evidências que temos até o momento apontam para outra direção”, afirmou o delegado Cleber Lima.
A comunidade de Igrejinha está abalada com a tragédia, e amigos da família relataram surpresa com o ocorrido. O caso segue em investigação, e novas audiências devem ser realizadas nos próximos dias para esclarecer os detalhes que envolvem a morte das gêmeas. Com informações do G1RS
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