“Estamos apavorados. Já passamos do medo. Vivemos uma catástrofe”. Assim o produtor rural e presidente da Comissão de Leite e Derivados da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Marcos Tang, definiu o atual momento vivido no Rio Grande do Sul. Também à frente da Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando) e da Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac), o dirigente relata um cenário extremamente dificultoso nas áreas rurais afetadas pela chuva. Porém, não sem antes dizer que a prioridade, agora, é salvar vidas.
“Pessoas não acessam as propriedades. E quem está nelas não consegue sair”, diz Tang.
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A falta de energia elétrica é outro grande desafio, especialmente para os produtores de leite, alimento que, obrigatoriamente, precisa ser resfriado após a ordenha. Além disso, falta combustível, já que muitas estradas estão bloqueadas por deslizamento ou inundadas.
“Tem verdadeiras montanhas sobre as estradas. Os produtores estão andando 15 quilômetros a pé para pegar óleo em galões menores e ordenham as vacas com racionalidade. Os que faziam três ordenhas por dia estão fazendo uma, porque não têm energia elétrica. Os tratores estão alimentando os geradores, mas não têm mais óleo”, explica o dirigente.
O secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado do Rio Grande do Sul (Sindilat), Darlan Palharini, aponta que a dificuldade de obter insumos também é vista na região Noroeste do Estado. Mesmo que as precipitações não tenham sido tão intensas na tradicional área produtora de leite, há impedimento para a saída dos caminhões carregados das indústrias.
“Já tem problema de empresas com falta de insumos – porque não conseguem recolher o leite - e caminhão que não consegue sair com as mercadorias prontas”, afirma Palharini, referindo-se, aos bloqueios terrestres
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